
Gestado no Inovatchê, Laboratório de Inovação da SJRS, o Justaposição surgiu, inicialmente, para responder ao desafio da relotação de servidores em uma estrutura altamente hierarquizada e compartimentada, onde a alocação de recursos humanos vinha sendo tratada de forma segmentada e subordinada ao entendimento das chefias imediatas.
Com o uso da metodologia de Design Thinking, foi possível compreender melhor os diversos fatores envolvidos, chegando-se à elaboração de uma plataforma eletrônica para divulgação, cadastramento e conexão dos diferentes perfis e interesses dos servidores com as oportunidades de atuação existentes. A principal novidade, contudo, não está na ferramenta, mas no incentivo a uma nova visão acerca da instituição, dos recursos humanos disponíveis e dos formatos de trabalho passíveis de serem valorizados.
O protótipo da solução - ou projeto piloto - foi lançado em 12 de agosto de 2019 e envolveu a divulgação de uma oportunidade de atuação temporária em um gabinete das Turmas Recursais, em substituição a uma servidora que estava em licença-médica. A vaga divulgada permitia a realização de trabalho remoto e dedicação parcial, o que estimulou servidores do interior do Estado a se candidatarem para atuar de forma colaborativa, em paralelo às funções desempenhadas em suas unidades de origem.
No dia 19 de agosto, o magistrado responsável pelo gabinete escolheu, dentre os servidores que se candidataram, aquele que melhor se encaixava com os requisitos da vaga.
Entre as entregas resultantes do piloto, estão o desenvolvimento de formulários de captação de demanda e manifestação de interesse e a publicação de uma página na Intranet para a divulgação da oportunidade/demanda - que servirá de base para o desenvolvimento da plataforma do Justaposição.
Atualmente, a equipe do projeto está atuando na avaliação do protótipo com vistas a seu aperfeiçoamento. Para os próximos passos, estão previstos a elaboração das regras do Justaposição e a formação de uma comissão para a mediação de conflitos que possam surgir entre a unidade de origem e a unidade solicitante da força de trabalho.
Para o futuro, vislumbra-se no Justaposição uma solução moldada ao cenário que se delineia, onde as restrições orçamentárias limitam cada vez mais as possibilidades de reposição do quadro funcional, onde os principais atrativos do serviço público são objeto de mudança e onde as aspirações profissionais se voltam a novos valores, como colaboração, desenvolvimento pessoal, propósito e sentido no trabalho.
Virtualização das lotações, proposição de novos formatos de equipes (squads) e projetização de demandas sazonais ou com início e fim pré-estabelecidos estão entre as possibilidades abertas pelo Justaposição. Como resultados, espera-se maior engajamento, retenção de talentos, equidade e manutenção do padrão de excelência na prestação jurisdicional.