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Sessão de conciliação é realizada na aldeia Pindó Mirim em Itapuã

15/08/2024 - 17h49
Atualizada em 15/08/2024 - 17h49
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O Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejuscon) da Justiça Federal do RS (JFRS) realizou, na segunda-feira (12/8), uma sessão de conciliação na aldeia Pindó Mirim em Itapuã, localizada no município de Viamão (RS). A iniciativa teve por objetivo aproximar os atores do processo da realidade da comunidade indígena e com eles alinhar o prosseguimento das providências necessárias para melhorar a estrutura básica para as pessoas que moram ali.

Histórico

O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com uma ação civil pública contra a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a União buscando a construção de 30 casas na aldeia Guarani de Itapuã, tendo em vista que as condições de moradia eram precárias. Durante a tramitação do processo, foi determinado que ele fosse encaminhado ao Centro de Justiça Restaurativa (Cejure) da JFRS para promover uma escuta qualificada da comunidade indígena com a finalidade de levantar danos e necessidades e apoiar o reforço do grupo. No procedimento restaurativo, identificou-se a possibilidade de transformar a área em Terra Indígena e foram apresentadas soluções imediatas para construção definitiva de moradias. Para se viabilizar isso, foi aberta a presente Reclamação Pré-Processual (RPP) e encaminhada para o Cejuscon para tratar da regularização fundiária e da questão habitacional através de procedimento de conciliação. 

Sessão de Conciliação

A roda de conversa aconteceu na Casa de Reza da comunidade, local em que está o fogo sagrado, importante elemento da cultura e cosmovisão indígena. A fala inicial foi do ancião da aldeia, senhor Agostinho. Os representantes dos órgãos informaram as providências que foram e estão sendo tomadas. Os presentes também andaram na aldeia para observar a construção das moradias em andamento.

O Estado do RS, por meio da atuação integrada das Secretarias de Meio Ambiente, Habitação, Desenvolvimento Rural e Subsecretaria de Patrimônio articulou a afetação de área antes pertencente ao Hospital Colônia Itapuã (o antigo leprosário), hoje desativado, para a Terra Indígena em que hoje está sediada a aldeia da etnia Guarani. Está em negociação com a Advocacia Geral da União (AGU) o processamento para que tal afetação seja tomada como dação em pagamento em favor da União.

Com a atuação do Estado do RS, AGU, Funai e Conselho Estadual dos Povos Indígenas foi definida colaboração que, hoje, resulta na possibilidade de construção de casas para as famílias lá residentes, além de adiantadas providências para a regularização fundiária da Terra Indígena. Ainda serão trabalhados na RPP outros aspectos relacionados a saneamento básico, fornecimento de água e luz na aldeia.

A sessão de conciliação contou com a participação de 39 pessoas. Além dos atores do processo, estiveram presentes professores, diretor, orientadora, secretária e coordenadora da Escola Estadual Indígena Nhamandu Nhemopuã e pesquisadora da Universidade Estadual do RS. O Comando Ambiental da Brigada Militar também se fez presente para integração com a comunidade.

Pela JFRS, participaram os juízes e juízas Clarides Rahmeier, Catarina Volkart Pinto, Fábio Vitório Mattiello e Bruno Brum Ribas, e pelo Sistema de Conciliação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (Sistcon/TRF4, desembargador federal Hermes Siedler da Conceição Júnior. Eles contaram com o apoio dos servidores e servidoras Gisele Lopes (Cejuscon), Sibele Wolff Garcez (Cejure), Paulo Fernando Alves, Jânio Brasil Neves Almeida, Cesar Francisco Medina Cavalli e Edgar Knobelock dos Santos (Núcleo de Segurança e Transporte) e Carlos Alberto Bartz Moreira (Sistcon).

Secos/JFRS (secos@jfrs.jus.br)

Reclamação Pré-Processual nº 5052025-87.2023.4.04.7100/RS
Ação Civil Pública nº 5053880-14.2017.4.04.7100/RS

diversas pessoas estão conversando em pé, no chão batido, perto de uma construção de madeira. Ao fundo se vê diversas árvores
Presentes na sessão de conciliação conheceram realidade da aldeia
diversas pessoas estão conversando em pé, no chão batido, perto de uma construção de madeira. Ao fundo se vê diversas árvoresA casa de reza é uma construção feita de barro com teto de palha em formato de funil. as pessoas estão entrando através de uma parte pequena em que é preciso se abaixar para entrarA casa de reza tem formato circular. Dentro, o fogo de chão está no meio. Encostados na parede, as pessoas estão sentadas no chãoDiversas pessoas estão entre duas casas de madeira recém construídas