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O futuro emergente e a gestão do tempo é pauta do curso Administração da Justiça no novo contexto

19/10/2020 - 15h36
Atualizada em 19/10/2020 - 15h36
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O tema da palestra dessa sexta-feira (16/10) do curso Administração da Justiça no novo contexto, promovido pela Escola da Magistratura (Emagis) do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), foi o futuro emergente e os desafios da gestão do tempo, com a doutoranda em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília (UCB) Carla Furtado. A abertura da palestra, que ocorreu online e teve transmissão pelo canal da Emagis no YouTube, foi realizada pelas coordenadoras científicas do curso, desembargadoras federais Salise Monteiro Sanchotene e Taís Schilling Ferraz. A mediação ficou a cargo da juíza federal Daniele Tochetto Cavalheiro. Essa foi a quinta live do curso, dedicado à compreensão dos novos cenários da Justiça a partir dos reflexos sociais provocados pela pandemia de Covid-19.

“Sejamos estudantes”

Carla Furtado iniciou sua palestra reforçando a importância de se manter sempre em processo de aprendizado. “Sejamos estudantes toda a vida, precisamos seguir aprendendo sempre, mesmo que fora de uma estrutura formal de ensino. Um dos melhores produtos do aprendizado é o incômodo, de sairmos diferentes. Precisamos cada vez mais de pensamento crítico”, disse.

A doutoranda em Psicologia fez um convite aos presentes para que pensassem para além do que se conhece como gestão do tempo. “Este não é um ano corriqueiro, nada ocorreu dentro do planejamento. Nenhum planejamento, organizacional ou pessoal, ficou de pé. Todos os projetos e planejamentos ruíram. Podemos falar de muito pouca coisa da forma como falávamos antes. E não há repertório na nossa mente de como agir diante de uma pandemia, seguida de crise econômica e humanitária. É uma constelação de crises e exigiu de nós uma das principais habilidades humanas, que é a adaptabilidade”, pontuou.

Nesse sentido, a comunicóloga explicou que “olhar para o tempo pode ser uma das grandes reflexões a serem feitas ao longo do ano. Começamos o ano pensando que seria tempo demais em casa, e de repente, passados alguns meses, o tempo já estava se esgotando com as tarefas diárias”. Para Furtado, que pesquisa o tema da felicidade, a frase popular que diz que “tempo é dinheiro” é uma das falácias do capitalismo. “Tempo, na verdade, é o tecido da vida. Eu preciso de tempo para a experiência humana. Quem já teve perto de si a experiência da morte sabe que tudo que as pessoas querem é um pouco mais de tempo, que não pode ser comprado com dinheiro nenhum”.

Felicidade no trabalho é uma urgência

A pesquisadora pontuou a importância de que a sociedade compreenda que a felicidade no trabalho é uma urgência, porque “a vida não tem banco de horas. O tempo passa, bem ou mal vivido. Precisamos reconciliar e conciliar a felicidade na vida de uma maneira integral”. Para tanto, ela ponderou que “devemos gerir a nossa capacidade de foco, de prioridade. Não acho que palavras são vazias, meros signos. Elas têm muito significado. Gerir o tempo é uma coisa impossível de fazer, porque o tempo é o mesmo para todos”.

“A nossa vida tem dias, semanas e meses com muitas emoções. Quando nos vimos diante de um inimigo invisível que parou o planeta e trouxe o medo, temos elementos que nos mostram qual o futuro emergente – a possibilidade de termos 30% a 40% da força laboral em trabalho remoto em níveis globais. Um dos nossos erros é tentar achar uma resposta com uma linha objetiva que responda às questões extremamente complexas que estamos vivendo”, garantiu, ao afirmar que é impossível exigir uma explicação simples para questões complexas.


Comunicóloga Carla Furtado