Palestra discute temas ligados à saúde mental materna
Atualizada em 29/05/2025 - 14h45
A Seção de Saúde da Justiça Federal do RS (JFRS) promoveu ontem (28/5) a palestra "Cuidar de Quem Cuida - Um Olhar Essencial para a Saúde Mental Materna", ministrada pela psicóloga Daniela Regio Lontra. O evento foi realizado no Auditório da Subseção Judiciária de Porto Alegre e transmitido online.
Lontra abordou diversos temas ligados aos desafios enfrentados pelas mães no cenário atual, em que é necessário conciliar questões do âmbito familiar, profissional, social, materno, dentre outros, a depender da realidade de cada uma. Ela esclareceu que o conceito de saúde mental está diretamente ligado a um estado de bem-estar social, cada vez mais difícil de ser alcançado diante das demandas cotidianas.
Em interação com os ouvintes presenciais e online, foi debatida a sobrecarga invisível que atinge as mulheres, principalmente aquelas que exercem a maternidade. Sentimentos de culpa, autocrítica, cobranças sociais e comparações são fatores que podem contribuir para alterações emocionais significativas. Todo esse contexto pode gerar cansaço e exaustão, culminando em estresse excessivo, ansiedade e até depressão, que “normalmente não é princípio de nada; em geral é decorrência”, segundo a palestrante.
Conforme dados apresentados pela psicóloga, 65% das mulheres apresentam sintomas de estresse; 35% têm alta ansiedade e 25% sofrem com a depressão.
A fim de amenizar tanta sobrecarga, a psicológa ressaltou a importância do “olhar para a mãe”, ou seja, a mulher olhar para si mesma. A maternidade pode afastar a mulher da sua própria identidade, tendo-se em vista todas as transformações decorrentes desse processo. Assim, é fundamental buscar práticas de autocuidado emocional efetivo.
Também foram tratados temas acerca da maternidade atípica, que pode acumular mais desafios desde o diagnóstico, o luto inicial, passando pela invisibilidade e solidão, gerando impacto nas mais diversas relações.
O “Ciclo da Maternidade” foi apresentado para esclarecer que ocorrem vários confrontos de identidade nos processos maternos, sendo que a mulher passa por diversas ressignificações ao longo da criação dos filhos. Além disso, com a maternidade cada vez mais tardia, a mulher se encontra no desempenho do cuidado com os pais, que já estão idosos, e das crianças, fator que reforça a sobrecarga.
“A maternidade não deve ser uma corrida, nem uma competição”, ressaltou a palestrante. Ela esclareceu que as idealizações sociais sobre o conceito de “mãe perfeita”, o medo de falhar e a influência das redes sociais reforçam a autocrítica feminina. Foi ressaltada a importância da singularidade de cada mãe, sob o argumento de que a autenticidade e o autoconhecimento são caminhos que devem ser trilhados para alcançar a autorregulação emocional. Ter confiança e segurança leva à autoaceitação e satisfação pessoal, o que contribui para melhorar a qualidade das relações, o desempenho no trabalho e a gestão do tempo.
Nucom/JFRS (secos@jfrs.jus.br)
notícias relacionadas
notícias recentes
-
TRF4TRF4 | ParticipaçãoJustiça Federal abre espaço para escuta da sociedade na definição das metas nacionais para 202629/05/2025 - 16:03
-
TRF4TRF4 | Direitos sociais e humanos e proteção do meio ambienteDesembargador Favreto participa de encontro internacional na Cidade do Vaticano29/05/2025 - 15:31
-
JFRSJFRS | Previdência SocialSegurada consegue prorrogação do salário-maternidade em virtude de internação do bebê após parto prematuro29/05/2025 - 15:05