Resultados do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa da JFRS são apresentados
Atualizada em 11/11/2022 - 16h57
A Justiça Federal do RS (JFRS) é o primeiro órgão do Poder Judiciário a realizar o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Na quarta-feira (9/11), a empresa contratada apresentou os resultados do primeiro inventário produzido na instituição para os anos de 2019, 2020 e 2021. Com o diagnóstico em mãos, ações começam a ser pensadas para compensar as emissões apuradas e, principalmente, para elaborar um plano de neutralidade climática.
A apresentação dos resultados ocorreu no auditório do prédio-sede em Porto Alegre, com transmissão pelo canal do Youtube, e foi acompanhada por juízes e servidores. Na abertura, o diretor do Foro da JFRS, juiz federal Fábio Vitório Mattiello, mencionou que, após receber o convite para ser o gestor da instituição, umas das primeiras ligações que recebeu foi da juíza federal substituta Rafaela Santos Martins da Rosa, que defendeu a importância da realização do inventário. Ele comprou a ideia e apoio sua concretização. “Convido todos agora a se engajarem neste projeto”, concluiu.
Em seguida, a magistrada, presidente da Comissão do Plano de Logística Sustentável da JFRS explicou como foi feito o inventário, que incluiu 34 edificações e mais um terreno, localizados em 29 cidades, onde a instituição realiza a gestão dos prédios, seja próprios ou alugados.
Rosa destacou que o inventário é um diagnóstico que identifica onde estão as fontes de emissões, permitindo o estabelecimento de metas de redução de modo técnico. Ela pontuou que a decisão em trazer esta questão para dentro da Justiça Federal gaúcha está pautada em razões científicas e jurídicas.
A juíza ressaltou ainda que o inventário da JFRS analisou emissões dos escopos 1,2 e 3. Fontes de escopo 1 são as emissões lançadas à atmosfera que vêm diretamente do processo produtivo da organização, por exemplo, os gases produzidos a partir da queima de combustíveis e fontes de calor. O escopo 2 refere-se às emissões associadas à geração de eletricidade que a instituição consome. Já o escopo 3 abrange emissões indiretas, que acontecem ao longo da cadeia de produção da atividade de quem está elaborando o inventário, como bens e serviços comprados e viagens a negócios. Aqui se encontram fontes sobre as quais a organização não tem controle direto.
Rosa destacou que as duas primeiras são de reporte obrigatório, já o escopo 3 são de relato opcional. Entretanto, no inventário da JFRS, o escopo 3 foi incluído, pois, muitas vezes, é nele que está a maior produção de CO2.
Patrícia Montenegro, representante da empresa Combustech, contratada para realizar o inventário, apresentou o percentual de emissões de GEE por escopo e categoria nos anos de 2019, 2020 e 2021. A opção por estes anos foi estratégica. Em 2019, a instituição operava no modelo tradicional, que foi alterado em 2020 com a pandemia da Covid-19, quando o teletrabalho remoto obrigatório foi decretado e os prédios-sedes fechados. Já em 2021, a Justiça Federal gaúcha retorna suas atividades num modelo híbrido.
A partir do diagnóstico relativo à pegada de carbono no ano de 2019, por exemplo, que identificou a emissão de 2,16 toneladas de CO2 por colaborador (servidores, juízes, estagiários, conciliadores, comissionados e voluntários), comparando com os dados de 17 escritórios de advocacia de referência, concluiu-se que a JFRS está com uma média menor, o que aponta que iniciativas já implementadas na instituição têm efeito positivo também nesta questão.
Após apresentar os dados, Montenegro indicou um plano de descarbonização 2030 e 2050 para a instituição, que é composto por várias recomendações, como priorizar a troca da frota para carros elétricos e substituição de máquinas com gás de menor emissão e controle de temperatura automática dos ambientes, manter práticas de teletrabalho adotadas e incentivar mobilidade sustentável.
Na conclusão, a juíza Rafaela Rosa destacou os próximos passos. Segundo ela, além de da realização de ajustes internos no reporte de dados, será elaborado um plano de neutralidade climática da JFRS e as emissões apuradas no inventário de 2019, 2020 e 2021 serão compensadas. “Vamos dar nossa contribuição da melhor forma possível”, afirmou.
Clique para assistir a apresentação.
Secos/JFRS (secos@jfrs.jus.br)
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